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Este texto foi
originalmente
publicado,
pelo autor, em
seu
livro "A Síndrome
do Progresso,
em 1988;
depois,
adaptado
para o Recanto
das Letras, em
julho/2006.
20/03/2011
Fritjof Capra,
físico
austríaco de
renome, disse
que “um reator
nuclear é um
aparelho
altamente
sofisticado,
dispendioso e
extremamente
perigoso,
usado para
ferver água”.
Com esta
simples e
genial
definição,
condenou
definitivamente
as usinas
atômicas.
Em 1955,
em Genebra, a
energia
nuclear foi
apresentada ao
mundo como a
fonte
energética do
futuro:
segura, limpa
e barata.
Transcorridos
52 anos, os
acontecimentos
se
encarregaram
de mostrar que
ela é cara,
suja e
perigosa.
Examinemos
isto ponto por
ponto:
1- A
energia
nuclear é
antieconômica.
Para produzir
um quilowatt
nuclear,
gasta-se o
triplo do que
é necessário
para produzir
um quilowatt
hidrelétrico.
Com 30 anos de
funcionamento,
uma central
nuclear
torna-se
imprestável e
tem que ser
desativada e
isolada do
meio ambiente.
Convenhamos
que é uma vida
muito curta
para uma obra
tão
dispendiosa e
cuja
desativação
fica
caríssima.
Cynthia
Pollock,
especialista
no assunto,
estimou em
três bilhões
de dólares a
despesa para
desativar cada
reator.
2- Os
rejeitos
radioativos,
provenientes
da operação
normal das
usinas
nucleares,
constituem um
problema que
até hoje não
tem solução em
país algum. Os
Estados
Unidos, por
exemplo,
planejaram seu
aterro
geológico para
1985. Depois,
foram adiando
para 1989,
1998, 2003, e
finalmente
2010, quando
pretendem
depositar nas
Motanhas Yucca,
em Nevada,se o
local for
aprovado,mais
de 70 mil
toneladas de
resíduos, de
alto nível
radioativo,
armazenados em
131 lugares de
31 estados do
país.
O presidente
Gerge W. Bush,
contrariando o
parecer de
cientistas da
Junta de
Revisão
Técnica do
Lixo Nuclear,
chegou a
assinar uma
autorização
para começar a
remoção de 77
mil toneladas
de lixo
nuclear para o
ainda
inexistente
depósito nas
Montanhas
Yucca.Foi o
bastante para
o estado de
Nevada se
rebelar. Ainda
que o
Congresso
aprove,definitivamente,
o depósito
naquelas
montanhas,a
luta não
terminará.O
estado de
Nevada ameaça
não fornecer a
água
necessária
para o
depósito.Legisladores
de outros
estados pensam
em leis para
proibir o
trânsito dos
contêineres -
verdadeiros
Chernobis
ambulantes
e,portanto,
alvos em
potencial de
terroristas -
por seus
territórios.
A Alemanha
planejou o
aterro de seu
lixo nuclear
para 1998,
adiou para
2008 e agora
cogita em
fechar todas
as suas usinas
atômicas nos
próximos 20
anos.
Em Angra, os
rejeitos
radioativos
não têm um
destino
definitivo. O
lixo de alto
nível de
radioatividade
está estocado
em piscinas
refrigeradas,
instaladas
junto ao
reator. O de
baixo nível,
está estocado
em tambores na
antiga
pedreira da
usina.
3-
Acidentes
nucleares
acontecem com
muito maior
freqüência do
que se previa.
Ainda assim,
acidentes de
grandes
proporções são
pouco
prováveis.
Contudo, a
mera
possibilidade
de que haja
acidentes como
o de
Chernobyl, que
contaminou
quase toda a
Europa com a
radioatividade
liberada, ou
outros ainda
mais graves,
constitui um
risco
intolerável
que,tendo em
vista as
alternativas
existentes,não
tem
justificativa.
Diante
do ocorrido no
Japão, neste
mês de
março/2011,
relançamos o
mesmo texto,
mostrando sua
atualidade,
apesar dos
agora 56 anos
da
apresentação
da “energia do
futuro” em
questão...