Para
visualizar em
tela cheia,
tecla F11
INDAGAÇÃO
Durante a
Segunda
Guerra
Mundial,
as tropas
americanas
que
lutavam
contra os
japoneses,
nas ilhas
do
Pacífico,
sofriam
muito com
a malária
que é
transmitida
por
mosquitos
anofelinos.
O
dicloro-difenil-tricloroetano
(DDT),
conhecido
há mais
tempo, mas
cujas
qualidades
inseticidas
acabavam
de ser
descobertas,
passou a
ser
produzido
em grande
escala e
usado com
total
abandono.
Aplicava-se
de avião
em
paisagens
inteiras,
tratavam-se
as pessoas
com
enxurradas
de DDT.
Depois da
guerra,
como
aconteceu
com outros
agrotóxicos,
a
agricultura
serviu
para dar
vazão aos
enormes
estoques
sobrantes
e para
manter em
funcionamento
as grandes
capacidades
de
produção
que foram
montadas.
Todos
os
Direitos
Reservados
19/01/2010
Na morta
biosfera
o fantasma
do pássaro
inquiriu
ao
fantasma
da árvore
(que não
lhe
respondeu):
A
Primavera
já era
ou ainda
não
nasceu?
Carlos
Drummond
de Andrade
– 1978
É importante ressaltar que não foi a
agricultura
que
suscitou
os
agrotóxicos:
foi a
indústria
química
que
conseguiu
impor seu
paradigma
na
agricultura
e dominou
as escolas
de
agronomia.
Acontece que o DDT não matava só os
mosquitos
anofelinos.
Onde ele
era
empregado
em larga
escala
morriam
outros
insetos,
ainda que
benéficos
como as
abelhas, e
até os
pássaros.
Rachel Carson ( 1907-1964), bióloga marinha e escritora,
impressionou-se
com o
desaparecimento
dos
pássaros
que, na
primavera,
enchiam de
alegria
com seus
cantos as
imensas
planícies
verdes ao
longo das
margens do
Mississipi.
Ela já havia publicado três livros
notáveis:
Sob o
vento do
mar (Under
the
Sea-Wind)
(1941), O
mar que
nos cerca
(The Sea
Around Us)
(1951) e A
beira do
mar (The
Edge of
the Sea)
(1955).
Porém, foi
em 1962
que
publicou
seu livro
mais
importante:
Primavera
Silenciosa
( Silent
Spring).
Nesse
livro,
Carson
condenava
o uso
indiscriminado
de
agrotóxicos
ou
pesticidas.
Sua obra mobilizou a juventude americana, principalmente
as
crianças
das
escolas
públicas,
que saíam
às ruas
com
cartazes e
gritando
slogans,
tais como:
“ Queremos
os nossos
pássaros
de volta”.
O livro de Carson tornou-se um best-seller
imediato,
vendendo
meio
milhão de
cópias.
Durante o
ano de
1963, foi
publicado
em 15
países.
Entretanto,
foi
fortemente
atacado
pelo
Departamento
de
Agricultura
dos
Estados
Unidos e
por várias
companhias
da
indústria
química,
uma das
quais
tentou
ostensivamente
suspender
sua
publicação.
Apesar dos detratores, o
Presidente
Kennedy
ficou
impressionado
o bastante
para se
referir ao
trabalho
de Carson,
numa
conferência
de
imprensa,
em agosto
de 1963, e
para
solicitar
a seu
consultor
científico
que
estudasse
a questão
dos
pesticidas.
Um grupo
especial
do Comitê
de
Consultoria
Científica
da
Presidência
foi criado
e produziu
um
relatório
crítico em
relação à
indústria
dos
pesticidas
e ao
governo
federal. O
relatório,
observou a
revista
Science,
era “uma
justificação
bastante
completa”
de Silent
Spring.
Ao corroborar a tese de Carson, o
relatório
mudou a
natureza
do debate.
Ninguém
mais podia
negar que
o problema
existia.
Silent Spring tornou-se um marco da
revolução
ambientalista
e do
despertar
da
consciência
ecológica.