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Egoísmo, inveja e injustiça
não são coisas novas na história
do homem, mas sempre foram
combatidas pela sabedoria
tradicional inspirada pelos
grandes líderes religiosos da
humanidade. Ao longo dos últimos
seiscentos anos, a chamada
modernidade, cujas raízes datam
do século XIV, vem-se
distanciando, paulatinamente,
dos ensinamentos da religião.
Todos os Direitos
Reservados
19/01/2010
Lord Keynes, o economista
mais influente da nossa época,
propôs a inversão explícita de
valores: “Devemos simular para
nós e para todos que o justo é
injusto; pois o injusto é útil e
o justo não o é”. Segundo ele, o
progresso econômico só é
alcançável através do egoísmo e
conseqüente injustiça. O
resultado é que a economia
moderna é impelida por um
frenesi de ambição e entrega-se
a uma orgia de inveja e isto não
são características acidentais,
mas as próprias causas de seu
sucesso expansionista.
Para Keynes, existem
necessidades absolutas e
relativas. As primeiras são as
limitadas necessidades
biofísicas de alimento, abrigo,
vestuário, transporte e de
serviços elementares que ajudam
o indivíduo a se manter como um
organismo sadio. As necessidades
da segunda classe são aquelas
que satisfazem o desejo de
superioridade e podem, na
realidade, ser insaciáveis.
Em cima desta classe de
necessidades é que se constituiu
a sociedade de consumo que
comporta tantos desperdícios e
estragos. Foi nos Estados
Unidos, na década de 50, que se
estabeleceu a prevalência do
consumo sobre a produção. De lá
para cá, a mentalidade
consumista, criada pela
publicidade, se espalhou pelo
mundo capitalista, se infiltrou
– qual cavalo de Tróia – no
mundo socialista e aluiu o Muro
de Berlim.
As armas utilizadas pelo
consumismo foram a obsolescência
planejada e o obsoletismo
psicológico. Planejar a
obsolescência é encurtar,
deliberadamente, a duração de
produtos fabricados. Quanto ao
obsoletismo psicológico, pode
ser bem ilustrado pela seguinte
frase: “O que torna grande este
país é a criação de insatisfação
pelo que é velho e antiquado”.
Estas palavras foram
pronunciadas por um diretor de
publicidade em 1955, nos Estados
Unidos, na mesma época em que os
consultores psicológicos
concitavam os comerciantes de
diversos produtos a se tornarem
“mercadores de
descontentamento”. Passados 51
anos, reina insatisfação nos
quatro cantos do mundo: quem tem
pouco, quer ter muito; quem tem
muito, quer ter mais.
Deu nos jornais:
Pivete de 15 anos mata menina de
16 para roubar um par de tênis.