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Disse o filósofo Henri
Bergson que a democracia
proclama a liberdade,
exige a igualdade e
reconcilia essas duas
irmãs inimigas colocando
acima de tudo a
fraternidade.
Sem fraternidade, a
igualdade só pode ser
imposta pela força.
Enganou-se Madame Roland
quando, a caminho da
guilhotina, pronunciou a
célebre frase: “ Ó
liberdade, quantos crimes
se cometem em teu nome!”
Foi pela igualdade e não
pela liberdade que
funcionou a guilhotina de
Robespierre.
Todos os Direitos
Reservados
03/12/2009
A liberdade, sem as
restrições do amor
fraterno, promove a
desigualdade e conduz,
inexoravelmente, à
opressão dos pobres pelos
ricos. E não adianta tomar
o poder e guilhotinar os
ricos de hoje, pois, em
breve tempo, o poder e a
guilhotina estarão nas
mãos dos ricos de amanhã
O escritor Charles Péguy
disse que a revolução
social seria moral ou não
seria, efetivamente, uma
revolução. Nesse sentido,
a grande revolução de 1917
não se efetivou. O número
de aristocratas que
detinham o poder na Rússia
dos czares correspondia,
aproximadamente, a 3% da
população; calcula-se que
a “nomenklatura” que
detinha o poder na União
Soviética correspondia
igualmente a 3% dos
habitantes e, como se
sabe, era tão opressora
quanto a velha
aristocracia.
Hoje está na moda falar de
uma nova realidade que
teria surgido com a
derrocada da União
Soviética. Verdadeiramente
nada mudou: o capitalismo
estava e continua em crise
agônica e se o remédio não
se encontra em Marx,
também não se encontra no
liberalismo de Hayek ou no
intervencionismo de
Keynes.
O crescimento econômico
infinito num ambiente
finito é uma
impossibilidade evidente.
O cobertor é curto e só
temos esse. Não há plano
econômico que dê jeito
nisso.
Ao invés de planos
econômicos, o que
precisamos é de propósitos
fraternos. Almejar padrões
de vida confortáveis para
todos sem luxos e
superfluidades. Construir
novos estilos de vida que
limitem o desperdício de
recursos ambientais e
humanos para permitir a
todos os homens da Terra
dispor deles em medida
suficiente. A Terra –
disse Gandhi – proporciona
o bastante para satisfazer
a necessidade de cada
homem mas não a voracidade
de todos os homens.
Não precisamos de
condomínios de luxo nem de
delicatessen: precisamos
de pão e teto para todos.