Francis
Fukuyama,
o homem
que
decretou
o fim da
história,
declarou
numa
entrevista
que o
“capitalismo
não é
uma
solução
para
todos os
males
sociais
e
espirituais
humanos.
É um
sistema
produtor
de
riqueza”.
A
pergunta
à qual
pretendeu
responder
com tal
declaração
referia-se,
precisamente,
aos dois
maiores
problemas
de nossa
época: a
destruição
do meio
ambiente
e o
desemprego
estrutural.
Prof.
José
Lisboa
Mendes
Moreira
Todos
os
Direitos
Reservados
Angela Stefanelli de Moraes -
Webdesigner
15/12/2012
O
primeiro
diz
respeito
à
preservação
da vida
em nosso
planeta
e o
segundo
põe em
jogo a
sobrevivência
de
bilhões
de seres
humanos.
A
estultice
da
resposta
é de
espantar
mas não
é
original:
é o que
acham os
epígonos
do velho
e do
novo
liberalismo.
Fica
evidente,
para
quem
pensa,
que a
teoria
econômica
neoliberal,
hoje
amplamente
dominante,
constitui
uma
visão
muito
enganosa
da
maneira
como o
mundo
realmente
funciona,
e que
ela
precisa
ser
substituída.
Foram
a
empáfia
e a
hipocrisia
dos
governantes
neoliberais
que
revoltaram
a
escritora
Viviane
Forrester,
que
nunca
foi
economista,
e a
levaram
a
publicar
o livro
O horror
econômico,
que
rapidamente
se
tornou
um
best-seller
na
França,
foi
traduzido
em sete
idiomas
e faz
sucesso
mundo
afora.
Segundo
Viviane,
o
capitalismo
e o
neoliberalismo
são
destruidores
do
emprego
e
provocam
uma
marginalização
crescente
da
população.
As novas
tecnologias,
as
máquinas
que
substituíram
o
trabalho
humano
produzem
cada dia
bens de
melhor
qualidade,
prescindindo
da
mão-de-obra.
O horror
econômico
é a
ameaça
da
eliminação
dos
excluídos.
Norbert
Wiener
que -
como
assinala
Viviane
– foi
não só o
inventor
da
cibernética
mas um
lúcido
profeta
quanto
às suas
conseqüências,
afirmou
que a
máquina
automática
é o
exato
equivalente
econômico
do
trabalho
escravo,
o que
resulta
no
desaparecimento
dos
empregos.
Isso
poderia
representar
uma
liberação
favorável
a todos
se a
economia
não
estivesse
orientada
para o
lucro
cada vez
maior de
um
número
de
pessoas
cada vez
menor.
Chegamos
a tal
extremo
de
concentração
da
riqueza
que o
Programa
das
Nações
Unidas
para o
Desenvolvimento
( PNUD/96)
constatou
que
trezentos
e
cinqüenta
e oito
indivíduos,
os
maiores
milionários
do
planeta,
acumularam
uma
fortuna
que
equivale
a tudo
quanto
possui a
metade
da
população
mundial.
Segundo
Viviane
Forrester,
não
devemos
chorar
pelos
empregos
que
deixaram
de
existir
nem
recusar
o
progresso
das
tecnologias.
O que é
preciso
é viver
com
conhecimento
de causa
e não
mais
aceitar
passivamente
as
análises
econômicas
e
políticas
que nos
impingem.
A grande
lição da
autora
de L’
horreur
économique
é que
não há
nada
mais
mobilizador
do que o
pensamento.
Daí a
luta
insidiosa
contra a
capacidade
de
pensar,
a qual,
entretanto,
representa
e
representará,
cada vez
mais,
nosso
único
recurso.