A
maioria
das
pessoas,tendo
introjetado
os
valores
da
classe
dominante,não
vê
que
a
riqueza
flui
dos
pobres
para
os
ricos
e,não,dos
ricos
para
os
pobres.
Transições
para
uma
biosfera
mais
durável
Se
o
desenvolvimento
econômico
é
um
mito,falar
em
desenvolvimento
sustentável
é
o
mesmo
que
falar
da
quadratura
do
círculo.Entretanto,é
possível
fazer
transições
para
uma
biosfera
mais
durável. Todos os Direitos Reservados
03/09/2010
Até os autores do famoso relatório do Clube de Roma (1972)
sobre
os
“Limites
do
crescimento”
rejeitaram
a
evidência.Após
exaustiva
pesquisa,chegaram
à
conclusão
de
que
os
problemas
econômicos
e
ambientais
se
originam
de
um
simples
fato:
a
Terra
é
finita.Em
face
dessa
constatação
e
sabedores
de
que
os
países
ricos
já
abocanharam
a
maior
parte
das
riquezas
do
planeta,não
faz
sentido
supor,como
fizeram
eles,
“que
à
medida
que
o
resto
do
mundo
se
desenvolva
economicamente,seguirá
basicamente
o
padrão
de
consumo
dos
Estados
Unidos”.
O desenvolvimento não é uma seqüência de etapas a serem
superadas
–como
pensou
Walt
Rostow
–nem
está
ao
alcance
de
todos.
“O
estilo
de
vida
criado
pelo
capitalismo
industrial
sempre
será
o
privilégio
de
uma
minoria.O
custo
em
termos
de
depredação
do
mundo
físico,desse
estilo
de
vida,é
de
tal
forma
elevado
que
toda
a
tentativa
de
generalizá-lo
levaria
inexoravelmente
ao
colapso
de
toda
uma
civilização,pondo
em
risco
as
possibilidades
de
sobrevivência
da
espécie
humana.(...)A
idéia
de
que
os
povos
pobres
podem
algum
dia
desfrutar
das
formas
de
vida
dos
atuais
povos
ricos
é
simplesmente
irrealizável.(...).Cabe,portanto,afirmar
que
a
idéia
de
desenvolvimento
econômico
é
um
simples
mito”.(Celso
Furtado,
O
mito
do
desenvolvimento
econômico,p.75).
Em decorrência da primeira lei da termodinâmica,o
homem
não
tem
capacidade
para
criar
ou
destruir
matéria
ou
energia;não
há
forma
de
aumentar
os
recursos
do
planeta.Do
ponto
de
vista
global,o
crescimento
econômico
é
apenas
um
mito.
Por
outro
lado,pela
segunda
lei
da
termodinâmica,os
recursos
utilizáveis
e
a
energia
disponível
vão
diminuindo.O
processo
econômico
transforma
a
energia
e
os
materiais
que
entram
nos
bens
e
serviços
que
saem.O
lixo,a
poluição
e
o
calor,engendrados
por
este
processo
e
descarregados
na
biosfera,não
são
contabilizados
como
custos.Na
verdade,o
estilo
de
vida
dominante
no
mundo
está
acelerando,perigosamente,o
empobrecimento
do
nosso
planeta.
Os economistas,sejam eles neoclássicos, keynesianos
ou
marxistas,tomam
a
economia
como
um
sistema
e
a
natureza
como
um
mero
subsistema,invertendo
o
mundo
real.Nenhum
deles
tem
a
humildade
de
reconhecer
que
as
leis
da
física
prevalecem
sobre
as
pretensas
leis
econômicas.
1-Transição demográfica: descentralização;controle da natalidade;controle
das
migrações.
2- Transição energética:usar fontes alternativas ao carvão e ao petróleo
(gás
natural;etanol
de
cana-de-açúcar;energia
atômica
[o
grande
problema
dos
geradores
atômicos
é
o
lixo
nuclear
ao
qual
nenhum
país
do
mundo
conseguiu
dar
um
destino
definitivo];energia
hidrelétrica,dando
preferência
às
pequenas
centrais;energia
eólica;energia
solar;células
de
hidrogênio.
3- Transição econômica:dar valor ao capital da natureza;modificar
hábitos
de
consumo.
4- Transição moral:Verdade - Justiça - Altruísmo.
A grande dificuldade é que os governantes de todos os países
e
a
maior
parte
dos
povos
não
estão
dispostos
a
fazer
essas
transições.Quando
se
dispuserem
a
fazê-las,talvez
já
seja
tarde.