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“A
sociedade informática não garante
Todos os
Direitos Reservados
03/12/2009
automaticamente o paraíso”.
(Adam Schaff, em A sociedade
informática.)
Se a lançadeira pudesse tecer sem que
mão alguma a guiasse, disse
Aristóteles, não haveria necessidade
de escravos Ao tempo de Aristóteles
era tão remota essa possibilidade que
ele nunca pensou no que seria feito
dos escravos.
Quando as inovações técnicas da Idade
Média e a Revolução Industrial dos
séculos XVIII e XIX permitiram acabar
com a escravidão, continuou a haver
necessidade de mão-de-obra intensiva
na agricultura e na própria indústria.
A Revolução Tecnológica de nossos
dias, associada ao modelo neoliberal,
privilegia o capital intensivo e reduz
ao mínimo a necessidade de
mão-de-obra. Grandes empresas de
países ricos como os Estados Unidos e
o Japão estabelecem metas de redução
do nível de emprego.
Relatórios da ONU e da OCDE demonstram
que o desemprego que assola
países ricos e países pobres é
estrutural, isto é, não resulta de
uma passageira conjuntura
desfavorável. Tanto nos países pobres
como nos ricos, milhões de pessoas
estão desempregadas e, na sua maioria,
sem nenhuma esperança de reencontrar
uma ocupação economicamente ativa.
Está na hora de pensarmos no que
Aristóteles não pensou: o que fazer
com a força de trabalho que não tem
mais trabalho?
É evidente que a resposta a esta
pergunta não pode ser encontrada num
modelo econômico em que o destino de
todos, nos quatro cantos do mundo,
está se tornando cada vez mais
dependente das decisões tomadas por e
no interesse de algumas poucas
empresas gigantes.
Técnicos das Nações Unidas dizem que é
necessário investir em novos modelos
de desenvolvimento centrados na pessoa
humana e sustentáveis ecologicamente.
São nesse sentido as recomendações de
sucessivos Relatórios do PNUD
(Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento) nos quais encontramos
algumas afirmações que batem de frente
com o blablablá neoliberal: o mercado
tem que ser orientado para servir às
pessoas; o crescimento econômico não
cria, necessariamente, mais empregos;
privatização não é uma panacéia e é
grande o risco de transferir
monopólios estatais para as mãos de
monopólios privados.