Para visualizar em tela cheia, tecle F11

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

É impossível fazer justiça à magnitude do sacrifício que os camponeses fizeram

no sentido de viabilizar o acúmulo de capital para a industrialização da China.

 É seguro dizer que o edifício da indústria chinesa está alicerçado na carne e

no sangue dos trabalhadores camponeses, e o desenvolvimento urbano pôde

apenas ser alcançado através de sua dor e abnegação”.

 

      Chen Guidi e Wu Chuntao - O Segredo Chinês

              (Rio de Janeiro, Record, 2008)

 

Antoine-Laurent Lavoisier (1743-1794) descobriu, no século XVIII, uma das leis fundamentais da ciência, o princípio da conservação da massa. Embora, com a descoberta da radioatividade, esse princípio tivesse que admitir uma exceção,o enunciado geral da Lei de Lavoisier permanece válido para todo o sempre:”Na natureza nada se cria,nada se perde,tudo se transforma”.   

Um século mais tarde, esse princípio foi estendido à energia por Lord Kelvin (1824-1907). A energia total envolvida num processo é sempre conservada. Pode mudar de forma do modo mais complicado, mas nenhuma porção dela se perde.

O princípio da conservação da energia constitui a 1ª lei da termodinâmica e é uma justa réplica do princípio da conservação da massa.

Einstein ampliou essa idéia na famosa relação de equivalência E=mc², em que E é energia, m é massa e c é a velocidade da luz. Isto é, energia e massa se conservam em conjunto.

Pela 2ª Lei da Termodinâmica, a energia se conserva, mas a energia útil diminui. Essa lei foi formulada em 1850 por Rudolf Clausius que,em 1865,descobriu uma fórmula para medir a parte da energia que não pode mais ser transformada em trabalho. Deu a essa medida o nome de entropia.

“O estilo de vida criado pelo capitalismo industrial sempre será o privilégio de uma minoria. O custo em termos de depredação do mundo físico, desse estilo de vida, é de tal forma elevado que toda a tentativa de generalizá-lo levaria inexoravelmente ao colapso de toda uma civilização,pondo em risco as possibilidades de sobrevivência da espécie humana (...).A idéia de que os povos pobres podem algum dia desfrutar das formas de vida dos atuais povos ricos é simplesmente irrealizável”(Celso Furtado,O Mito do Desenvolvimento Econômico, Rio de Janeiro, Paz e Terra,1974.p. 75).

Em decorrência da 1ª Lei da Termodinâmica, o homem não tem capacidade para criar ou destruir matéria ou energia; não há forma de aumentar os recursos do planeta. Do ponto de vista global, o crescimento econômico é apenas um mito.

Os países ricos, os emergentes e as classes ricas de todos os países são ilhas de afluência, rodeadas por mares cada vez maiores de desordem. É por esse motivo que a entropia também pode ser considerada uma medida da desordem. Convém esclarecer que essa medida refere-se a um sistema termodinâmico fechado – como para todos os efeitos da atividade produtiva é o caso do nosso planeta.

A China não é um país rico. Mas, com uma população de 1.300.000.000 de habitantes e um governo ditatorial, conseguiu espremer os seus pobres e dotar-se de um mercado de 250 milhões de pessoas com poder de compra. Ora, um mercado com essa dimensão, maior que toda a população da Rússia, tornou-se um atraidor de capitais e um devorador de recursos próprios e alheios.

Esse imenso mercado acelerou a desordem no mundo e é o pano de fundo da atual crise, embora a causa próxima desta sejam as hipotecas de alto risco.

Se 1.300.000.000 de chineses fossem pobres, a desordem ficaria só por conta do consumo dos Estados Unidos e, em menor escala, do consumo dos demais países ricos e das classes ricas de todos os países.

Notícia recente diz que a China já consome 15% de toda a capacidade biológica do planeta. Nos próximos anos, o consumo da China provavelmente continuará a impor desafios ao próprio sistema chinês e pressionará a biocapacidade dos demais países do mundo.

 

 
 

Todos os Direitos Reservados

 
 
 

 

 
 
 

 

 

 
 

10/06/2010