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O mês de abril de 2002 reservou-me uma surpresa especial: o e-mail recebido de Alda Corrêa Mendes Moreira, minha ex-professora no Liceu Nilo Peçanha, 32 anos antes.

 O  nosso reencontro foi no São Vicente de Paulo, outro colégio tradicional  de Niterói-RJ, em que ela lecionou durante tantos anos. Seria difícil  traduzir  em palavras  a emoção que senti depois de tantos anos! A partir daquele instante, a nossa amizade consolidou-se e  Alda estava sempre me surpreendendo.

Sempre apaixonada por toda a sua Obra, decidi presenteá-la com um espaço em meu Site Amor e Sonhos  chamado: “Sala da Poetisa Alda Corrêa Mendes Moreira”. Em 2003, iniciamos a criação de seu próprio Site Espelho Poético, motivo de tantas alegrias, inclusive o prêmio “Melhores do Mundo – 2008”, entre outros.

Aos poucos, Alda, sempre curiosa, estudiosa, querendo acompanhar a evolução e com cerca de 80 anos, declarou sua “independência”! Sem a minha ajuda, publicava suas poesias nos Portais Literários mais visitados da internet, o que me deixou bastante orgulhosa. O trabalho em Espelho Poético continuou e as pessoas que chegavam, em poucos minutos se afeiçoavam à Mestra.

Enquanto tantos poetas e escritores sonham publicar seus livros, Alda preferia as Antologias. Participou de inúmeras ( cerca de 90),  em todo o Brasil e a finalidade era nobre: alcançar um bom número de exemplares para, em seguida, realizar o evento que chamou de APAEsia, reunindo Poetas de Niterói. O preço da entrada era pequeno, as pessoas levavam como recordação um dos exemplares desses livros e a renda era revertida para a APAE.

Os que conviveram com ela estão consternados com esta perda tão súbita, pois a consideramos insubstituível. Perdemos a Mestra, a amiga de todas as horas, os conselhos  sempre oportunos, as conversas agradáveis... Ela nos deixou órfãos!

Algumas trovas escritas pela Profª e Poetisa Alda Corrêa Mendes Moreira refletem a sua filosofia de vida:

 

A rosa que te ofertei
representa o meu carinho;
somente a flor eu deixei,
arrancando cada espinho
.

Só no Ensino eu encontrei

Tudo o que me fez feliz;

lições que sempre guardei

num coração de aprendiz.

Só de flores procurei

A minha estrada enfeitar

E tanta beleza achei,

Que vivo só a cantar.

A nossa queridíssima Alda preocupava-se em retirar os espinhos de nossas vidas e oferecer-nos apenas a rosa com todo o seu perfume, beleza e significado poético. Sabia transformar a sua própria vida em imenso jardim florido, mesmo diante dos problemas.

Tendo ela uma bagagem cultural tão grande; premiada em diversos Concursos Nacionais e Internacionais, conservava a mesma humildade, considerando-se aprendiz! Tratava as pessoas sempre com a mesma ternura, bondade e paciência, independente da classe social ou grau de instrução.

Apaixonada pelo magistério, continuava  dividindo os seus conhecimentos com os que gostavam de aprender e, enquanto viveu, lembrava o nome e sobrenome de seus ex-alunos. Todos se surpreendiam com sua memória fantástica!

Saiu desta vida da forma que sempre quis e da forma que viveu: sem sofrer, alardear ou preocupar. Em contrapartida, deixou um imenso vazio, pois foi um golpe repentino, rude e traiçoeiro, mas sei que devo aceitar as Leis de Deus que a chamou para o seu local de origem: O Reino dos Céus, onde terá nova missão. Só me resta seguir este exemplo para, merecer, mais uma vez, reencontrá-la!

Autora: Angela Stefanelli de Moraes

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14/06/2009

 

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