Só Idade?!

 

 

                 

            Como são preciosas as pessoas de idade!

           Por que, então, não lhes dedicar uma amizade pura, sem saudosismos, onde exista um doce e sincero aconchego? Por que, sem pena, abandoná-las, esquecendo que elas também foram agasalho?

           Amar o idoso é chamá-lo para fora de sua solidão, compreendendo todas as suas fraquezas.

           Envelhecer pode ser uma glória, mas, antes de tudo, é  uma responsabilidade. Então, por que olvidar a sapiência do idoso, rejeitando toda a sua experiência?

           Em busca, talvez, de uma nova alvorada, segue ele a sua jornada, numa viagem estranha, por uma triste estrada sem nenhuma ilusão, geralmente encontra portas escuras, onde sente apenas desamor, numa visão que o oprime, num total declínio. quase sem percepção, na imagem sem brilho de seu espelho mudo, pouco ele ; mas sente que o inverno chega e não o aconchega. E sem nenhuma esperança, procura uma mudança urgente neste sentimento que o sufoca e o deixa distante da ilusão plena de um resto de felicidade terrena, pois, quase tudo que o cerca é tristeza.

              No caminho de nossas vidas, é mister parar um pouco para dar as mãos ao idoso que anda ao nosso lado, compartilharmos de suas alegrias e chorarmos junto com suas lágrimas.

             E custa tão pouco esta felicidade! Ela está numa lágrima que se enxuga, num sorriso que se faz despontar quando o consolamos.

             Bom seria que em seu espelho mudo pudesse ele fitar uma imagem que o transportasse a um mundo pleno de fraternidade, pois, o idoso almeja apenas uma vida tranqüila, sem as marcas dolorosas de uma caminhada inglória.

                Algumas vezes, milagrosamente, o idoso encontra uma porta radiosa que lhe mostra criaturas meigas e puras, plenas de um imenso amor, que inundam de calor o seu pobre coração. E ele encontra, afinal, aberta, a porta da fraternidade.

 

                               Isto... é  SOLIDARIEDADE!

                   Por que, então, LHE DAR IDADE?!   

 

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Autora: Alda Corrêa Mendes Moreira

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Angela Stefanelli de Moraes

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03/09/2003