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Foto do
Chafariz
de
Marília
(1758 ),
que fica
no
Largo de
Dirceu,
cidade
de Ouro
Preto -
MG-
Brasil
Já, já me vai, Marília, branquejando As faces vão perdendo as vivas cores, Se quero levantar-me, as costa vergam; Se algum dia me vires desta sorte, Mal te vir, me dará uns poucos dias No calmoso verão, as plantas secam; A doença deforma a quem padece; Supõe-me qual doente ou qual a planta, Se dão esses teus meigos, vivos olhos ( participante da Inconfidência Mineira) Porto, Portugal - 1744 / Moçambique , África - 1880 ) Sua principal obra é MARÍLIA DE DIRCEU, 1792 É patrono da Academia Brasileira de Letras
03/09/2005
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Autorais
Espelho
Poético
louro cabelo, que circula a testa;
este mesmo, que alveja, vai caindo,
e pouco já me resta.
e vão-se sobre os ossos enrugando,
vai fugindo a viveza dos meus olhos;
tudo se vai mudando.
as forças dos meus membros já se gastam;
vou a dar pela casa uns curtos passos,
pesam-me os pés e arrastam.
vê que assim me não pôs a mão dos anos;
os trabalhos, Marília, os sentimentos
fazem os mesmos danos.
a minha mocidade o doce gosto;
verás brunir-se a pele, o corpo encher-se,
voltar a cor ao rosto.
na primavera, que aos mortais encanta,
apenas cai do céu o fresco orvalho,
verdeja logo a planta.
mas logo que a doença faz seu termo,
torna, Marilia, a ser quem era d 'antes
o definhado enfermo.
no meio da desgraça que me altera:
eu também te suponho qual saúde,
ou qual a primavera.
aos mesmos astros luz e vida às flores,
que efeitos não farão, em quem por eles
sempre morreu de amores?