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Ó tu que vens de longe, ó tu, que vens cansada,
entra, e sob este teto encontrarás carinho.
Eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho,
vives sozinha sempre , e nunca foste amada.

 

A neve anda a branquear, lividamente, a estrada...
e a minha alcova tem a tepidez de um ninho.
Entra, ao menos até que as curvas do caminho
se banhem no esplendor nascente da alvorada.

 

E amanhã, quando a luz do sol dourar, radiosa,
essa estrada sem fim, deserta, imensa e nua,
podes partir de novo, ó nômade formosa!

 

Já não serei tão só, nem irás tão sozinha:
Há de ficar comigo uma saudade tua...
Hás de levar contigo uma saudade minha...

 

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16/01/2005

 

Música de Bruce De Boer

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