Eu faço versos como quem chora
de desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue.Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias... Amargo e quente,
Cai gota a gota, do coração.

E neste versos, de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

Eu faço versos como quem morre.

 

 
     
 

 
     
 
 

Autor: Manuel Bandeira

 
 

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A Prof e Poetisa Alda, owner deste Site, foi aluna do Prof. Manuel Bandeira em 1948 na Faculdade Nacional de Filosofia, atual UFRJ ( em 1948).

 
     
 

 

 

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19/09/2014